segunda-feira, 6 de junho de 2011
Pêndulo
Olha em frente.
A longa estrada reflete no vidro do carro.
Chove.
O limpador seca o parabrisas.
Pêndulo que varre as gotas.
Vai e vem. Como o nosso amor.
Quando vai, é trovoada de horizonte turvo.
Resta o acostamento de mágoas.
O percurso fica curto. Escorregadio.
E a motorista frea.
Onde está o navegador?
Quando vem, é chão de pétala.
Vento oxigena motores.
Rodas flutuam no asfalto. Dançam.
E a motorista acelera.
Meu norte chegou.
Agora o pêndulo está parado.
O vidro cristalino.
A vista, cheia de sementes.
É verão em meu caminho.
Vamos em frente, Commander.
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