Homenagem singela ao poeta Augusto dos Anjos, mestre da escatologia.
terça-feira, 6 de julho de 2010
Teimosia
Teimosia é fluido.
Saliva que não seca.
Brota voluntariosa.
Azeda o gosto.
Esguicha a estima.
Viscosa.
Penetra o lábio.
Jorra o beijo .
Pára o tempo.
Baba a insistência.
Teimosia é cuspe na cara.
Agride sem ferir.
Escorre sem ver.
Muda o prumo.
Umedece a ética.
Desatina.
Seque a secreção.
Desidrate a goela.
Murche o músculo.
Marrete o crânio.
Rasgue entranhas.
Tranque o peito.
Depois,
lamba as feridas.
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Ops! Valeu Selma. Minha locutora e editora de texto preferida!
ResponderExcluirConfesso que não sou muito fã de poemas, mas confesso também que esse seu ficou muito bom, hein! Clap Clap Clap!
ResponderExcluir:)
No mínimo intenso.Gostei bastante,criativo!
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