sábado, 27 de agosto de 2011
ENCONTROS
Ser repórter é celebrar encontros.
Pautas podem ser presentes.
Divinos.
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Eram representantes do tradicional folclore de Campina Grande.
Saias de chita colorida, rendas e flores. Ternos engomados.
Dança junina que gira a alma.
Casais se entrelaçam, formam um desenho. Uma explosão. Um quadro abstrato.
Entrevistei o grupo outro dia.
Com a câmera já desligada, aceitei convite para dançar.
Fui para a roda com os mestres.
Dois minutos de delírio. Meu e da equipe.
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No parque infantil, na Baixada Fluminense, engenheiros vistoriavam brinquedos. Atrações que tantas vezes invadiram meus sonhos.
Encheram minhas tardes.
Reportagem entregue. No ar.
Sobrou tempo. Que tal um passeio nostálgico no carrinho bate-bate?
Lá fomos nós. Crianças de blazer. Cheias de conta para pagar.
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Virei criança de novo ao visitar o Projeto Reação na Rocinha.
No tatame, meninos e meninas de quimono aprendendo a lutar.
Cinco deles, não queriam fazer o aquecimento.
_Só se a tia for...
A "tia", em questão, era eu.
Sapatos de salto no canto. Corri com os pequenos.
Aqueci meu coração.
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Frente a frente com Alcione.
Aos seis anos, era desinibida o bastante para imitar a marrom.
A versão mirim de "Garoto Maroto" era aplaudida na sala.
Como não contar tal ousadia para a própria?
Depois de gravar, revelou-se a fã de outrora.
Cantamos o refrão juntas. Homenagem da diva à infância desafinada.
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Na Cidade de Deus, fui eu quem se surpreendeu com um imitador.
João Marcio, de onze anos, andava pelas ruas descalço com a pipa em punho.
Se aproximou do carro e perguntou:
_Mariana Gross tá aí?
Quando me viu, arregalou os olhos.
Sim, aquele menino abusado me imitava. E bem.
Uma surpresa rara.
Fim da matéria. Nosso carro se afasta no caminho de terra.
E na última curva, pelo vidro de trás, vejo o menino sorrindo.
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Ser repórter é celebrar encontros.
Pautas podem ser presentes.
Divinos.
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